Angola Cables quer ser um hub de operadoras

A Angola Cables inaugurou nesta terça, dia 16, seu datacenter Angonap em Fortaleza. O datacenter é parte do projeto da empresa no Brasil que compreende o cabo submarino SACS (ligando o país a Angola) e o Monet (do Brasil para os EUA), além do WACS, que liga a África à Europa. Mas a inauguração do datacenter marca também a estratégia de criar um centro para serviços e armazenamento de conteúdos e aplicações em Fortaleza. Segundo descreve André Martins, responsável comercial da Angola Cables no Brasil, trata-se de um datacenter neutro, que poderá ser utilizado por diversas operadoras, inclusive as empresas concorrentes da angolana no mercado de cabos submarinos.

Fortaleza tem mais oito rotas submarinas que chegam em suas praias, e a Angola Cable está agora em processo de negociar com todas elas para criar um anel interconectando as estações de chegada ao seu datacenter. Além disso, a empresa não esconde o plano de ter um ponto de troca de tráfego com grandes, médias e pequenas operadoras na sua estrutura. Hoje o Ceará conta com cerca de 400 provedores locais, e algumas das principais empresas regionais nasceram no Estado. As maiores já são parceiras da Angola Cables. A empresa também anunciou o acordo com a RNP para que um ponto de troca de tráfego entre instituições acadêmicas no Brasil e na África fique baseado no Angonap.

André Martins diz que a aposta da empresa é que provedores de conteúdos e serviços queiram estabelecer suas bases de dados em Fortaleza para assegurar uma qualidade de atendimento e maior proximidade com o mercado do Nordeste do país ou para levar estes conteúdos ao exterior. “Hoje Fortaleza é um ponto de passagem de tráfego, e queremos que seja um ponto de presença”, diz.

Segundo António Nunes, CEO da Angola Cables, inaugurando o datacenter “inicia-se a próxima etapa do projeto, que é ocupá-lo”, brinca. Nesse momento o datacenter já tem alguns clientes importantes, como a RNP, a Globo.com e instituições de ensino, assim como o governo de Fortaleza (que recebeu parte da hospedagem de seus serviços como contrapartida pelo terreno). Mas a área e a infraestrutura do datacenter está programada para uma expansão de até quatro vezes o tamanho atual.

“Queremos que todas as empresas sejam nossas clientes, das pequenas às grandes operadoras e provedores, e por isso apostamos em um datacenter Tier III neutro na cidade”, diz ele. A região Nordeste tem poucas estruturas semelhantes à que foi montada pela Angola Cables, mas há pelo menos um concorrente importante: a Ascenty, que tem estrutura em Fortaleza. Pela proximidade do mar e por conta das temperaturas médias elevadas, a montagem de um datacenter desta natureza requer esforços técnicos adicionais para controle de temperatura, umidade e salinidade do ar, mas a proximidade das rotas submarinas, segundo Rui Faria, líder do projeto e agora diretor comercial para a África, compensa esse esforço adicional

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