GSMA alerta para 5G em risco se as operadoras móveis não tiverem acesso ao espectro adequado

A implementação bem-sucedida de serviços 5G ultrarrápidos depende do acesso oportuno ao volume e ao tipo de espectro adequados no próximo ano, adverte a GSMA em um posicionamento do setor divulgado na última terça-feira (06/11). À medida que a corrida para lançar serviços 5G se intensifica, a GSMA destaca a necessidade de governos, reguladores e indústria móvel trabalharem juntos para fornecer a todos uma cobertura ampla e o potencial total do 5G.

De acordo com o documento ‘Espectro para 5G: posição de Políticas Públicas da GSMA’, governos em todo o mundo começaram a leiloar o espectro para redes 5G. No entanto, considerando as variações na quantidade de espectro atribuído e as condições onerosas impostas (além do custo de acesso a esse espectro), a velocidade, o alcance e a qualidade dos serviços 5G podem variar drasticamente entre os países. Os países pioneiros serão os primeiros a perceber as vantagens significativas do 5G – desde velocidades de banda larga móvel similares às de fibra e cidades mais inteligentes até carros autônomos e fábricas digitalizadas – e conseguir aproveitar benefícios socioeconômicos importantes, incluindo o crescimento do PIB. A GSMA Intelligence prevê que haverá 20 bilhões de conexões 5G até 2025, mas isso dependerá do acesso das operadoras a espectro suficiente.

Na América Latina, apesar do crescimento significativo que ainda pode se esperar nas conexões 4G ao longo dos próximos anos, o momento para se trabalhar no sentido de garantir espectro para 5G é agora. O processo de alocação e limpeza de bandas leva tempo, e se os países da região não se envolverem na eleição das bandas no cenário internacional atual, serão forçados a implementar mais tarde o que os outros decidirem.

“As operadoras precisam urgentemente de mais espectro para oferecer a infinita gama de serviços que o 5G propiciará. O futuro do 5G depende, em grande parte,  das decisões a serem tomadas pelos  governos na WRC-19 no próximo ano”, afirmou o diretor de Espectro da GSMA, Brett Tarnutzer. “Sem um forte apoio do governo para alocar espectro suficiente para a próxima geração de serviços móveis, será impossível alcançar a escala global que tornará o 5G barato e acessível para todos. Existe uma oportunidade real para a inovação a partir do 5G, mas isso depende de que os governos se concentrem em disponibilizar espectro suficiente, não maximizando as receitas de leilão para ganhos em curto prazo”.

A GSMA descreve várias considerações importantes para governos e reguladores, incluindo:

  1. O 5G precisa de faixas de frequência mais amplas para suportar velocidades mais altas e maiores volumes de tráfego. Reguladores que disponibilizam 80-100 MHz de espectro por operador em bandas médias de 5G principais (por exemplo, 3,5 GHz) e cerca de 1 GHz por operador em bandas de ondas milimétricas vitais (ou seja, acima de 24 GHz), suportarão melhor os serviços 5G superrápidos.
  2. O 5G necessita de espectro dentro de três faixas de frequência principais para fornecer cobertura ampla e suportar todos os casos de uso:
  • espectro Sub-1GHz – para ampliar a cobertura de banda larga móvel 5G de alta velocidade em áreas urbanas, suburbanas e rurais e para ajudar nos serviços de suporte de Internet of Things (IoT)
  • espectro de 1-6 GHz – para oferecer um bom mix de cobertura e capacidade para serviços 5G
  • espectro acima de 6 GHz – para serviços 5G, como banda larga móvel de altíssima velocidade
  1. Na WRC-19, é imprescindível que os governos forneçam o suporte para as bandas de 26 GHz, 40 GHz (37-43.5 GHz) e 66-71 GHz para dispositivos móveis. Uma quantidade suficiente de espectro 5G harmonizado nessas bandas é crucial para permitir velocidades mais rápidas de 5G, dispositivos de baixo custo e roaming internacional e para minimizar a interferência com países vizinhos.
  1. Os governos e reguladores devem evitar inflacionar os preços do espectro 5G (por exemplo, estabelecer altos preços de reserva de leilão), porque correm o risco de limitar o investimento na rede e elevar o custo dos serviços.
  1. Os reguladores devem evitar separar o espectro para verticais nas principais bandas de espectro móvel; as abordagens de compartilhamento, como leasing, são opções melhores nas quais as indústrias verticais pleiteiam acesso ao espectro.

“Governos e reguladores têm um papel importante a desempenhar para garantir que os consumidores obtenham o melhor resultado do 5G”, acrescentou Tarnutzer. “Uma vez que na WRC o espectro é atribuído ao celular, o licenciamento do espectro a nível nacional, como a história tem mostrado, pode levar até 10 anos. Portanto, é fundamental que os governos tomem a ação correta agora”.

A ‘Posição das Políticas Públicas do GSMA sobre o Espectro 5G’ está disponível aqui.

Mais informações sobre a posição da GSMA na WRC-19, consulte aqui.

Fonte: press release 07