GSMA: Parceria em conteúdo é melhor para teles que produção própria

Luís Osvaldo Grossmann | Convergência Digital

As operadoras de telecomunicações costumam repetir que não querem ser somente um ‘tubo burro’, senha para defender investimentos na oferta de conteúdos como forma de competir com as apelidadas OTTs, como Netflix, Amazon, etc. Mas o novo estudo da GSMA toca nesse nervo para sustentar que essa não é exatamente uma estratégia brilhante. Melhor apostar em parcerias e licenciamentos do que tentar mergulhar no universo da produção própria.

“Conteúdo é caro”, ressalta o novo relatório sobre ‘Tendências Móveis Globais’, divulgado pela Associação. A Netflix gastou US$ 6,3 bilhões em programação original em 2017, não ficando muito atrás da Time Warner (US$ 8 bilhões), da Fox (US$ 8 bilhões) e da Disney (US$ 7,8 bilhões)”, lista o documento, chamando a atenção para o peso desses investimentos.

Como destaca, ainda tomando o exemplo da Netflix, o estudo lembra que a empresa continua sendo a grande influência para o consumo de conteúdo via streaming online, e que esse tipo de serviço segue mordendo nacos da televisão tradicional. Mas faz um alerta às teles móveis: os custos envolvidos são gigantescos.

“Para a maioria das operadoras, essa tendência significa que fazer parcerias ou licenciamento de conteúdo representa um panorama mais realista do que adquirir ou criar conteúdo em um mercado dispendioso”, sustenta expressamente o relatório da GSMA.

O documento lista quanto investiram no ano de 2017 as maiores empresas de mídia dos Estados Unidos – além das cifras já mencionadas, vale lembrar os US$ 10,2 bilhões aportados pela NBC Universal, os US$ 5,4 bilhões da Viacom, US$ 4,5 bilhões da Amazon ou US$ 2,5 bilhões da Hulu.

O que a GSMA não menciona é que enquanto as receitas globais das operadoras móveis bateram em US$ 1 trilhão no ano passado, as maiores empresas mundiais de produção de conteúdo juntas não alcançaram receitas maiores do que US$ 190 bilhões.