Seaborn e Angola Cables preparam ofertas para desenvolvedores de jogos eletrônicos
As operadoras de cabos submarinos estão readequando suas ofertas para a América Latina diante do aumento da competição e frustração com a demanda. Apenas no Brasil sete novos cabos ou ramais foram ativados nos últimos dois anos (BRUSA, Monet, Sacs, SAIL, Seabras-1, Tannat, Júnior), e novos estão por vir (ARBR, Malbec e EullaLink).Com mais cabos, os preços da conexão caíram e ficou mais difícil para as empresas rentabilizarem. Larry Schwartz, CEO da Seaborn, diz que mesmo com a quantidade de competidores, a aposta no mercado latino americano, especialmente no Brasil, dará resultado.
“Vê-se o Brasil com papel de protagonista, como um ponto de acesso para as comunicações no mundo. [Os cabos na região] Ainda se mostram oportunidades desafiadoras em crescimento, pois há uma combinação de fatores econômicos e comerciais, mas se justificam. O preço vem caindo por uma simples questão de oferta e demanda, e cabe a nós sermos mais criativos, pois o preço continuará caindo”, falou o executivo durante painel no evento Capacity Latam, que acontece nesta semana em São Paulo e reúne executivos do mercado de atacado em telecomunicações.
António Nunes, CEO da Angola Cables, apresentou o mesmo raciocínio. Segundo ele, “a demanda está sofrendo transformações, e temos que ir nos ajustando a isso”.
NOVOS SEGMENTOS
De um lado, a expectativa com certos segmentos de consumo de capacidade ainda não se converteu em realidade. O mercado financeiro era um dos segmentos considerado de grande potencial, e que agora já é visto como mais uma dentre várias oportunidades.
A Seaborn e a Angola Cables dizem que clientes do setor (bancos, fundos, corretoras internacionais) ainda são alvos relevantes. Mas não se aferram mais à receita que pode vir dali. A Seaborn, cujo cabo Seabras-1 desemboca em Praia Grande e chega até as proximidades da B3, já está vendendo soluções de baixa latência para desenvolvedores de games online e organizadores de competições de eSports.
A Angola Cables vai atacar o mesmo mercado, de um modo um pouco diferente. Além da conectividade transatlântica, pretende oferecer dentro de seus data centers em Angola uma solução em nuvem para que o desenvolvedor de jogos eletrônicos hospede e gerencie as conexões do game. A empresa também está ampliando a variedade de produtos de interconexões. Conversa com o IX.br para ser um PIX e fechou em outubro acordo com a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) para ser um IX de institutos ensino e pesquisa de África, América Latina e Europa.