X Seminário TelComp 2017: Onde está a competição nas telecomunicações brasileiras

Inova.jor – Renato Cruz

Os consumidores podem ter a impressão de que a competição no mercado de telecomunicações se resume à telefonia móvel, em que há quatro grandes operadoras.

Nos últimos anos, no entanto, o crescimento têm vindo de empresas menores, muitas delas startups, apesar de todas as adversidades.

“As pessoas conhecem as quatro grandes e os pequenos provedores, mas lá no meio, entre esses dois grupos, está uma parte importante do mercado”, afirmou João Moura, presidente executivo da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TelComp).

Durante o 10.º Seminário TelComp, realizado em São Paulo, foi apresentado um estudo sobre esse mercado, conduzido pela consultora Teleco.

Os cabos submarinos que ligam o Brasil ao Estados Unidos são um exemplo disso. Atualmente, a capacidade total é de 78,6 terabits por segundo (Tbps). Desse total, 88% pertencem à Telefônica e à América Móvil.

Segundo Eduardo Tude, presidente da Teleco, quando forem concluídos os projetos atualmente em curso, a capacidade será elevada para 274 Tbps.

E mais de 50% da capacidade total ficarão nas mãos de operadoras competitivas.

Banda larga

As operadoras competitivas estão presentes em 98,5% dos municípios brasileiros. Duas mil e setecentas delas reportam o número de acessos para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Desse total, 2,6 mil têm menos de 5 mil acessos. A participação delas no mercado de acesso de dados chegou a 18,3% no primeiro semestre, comparada a 10% em 2013.

Nos primeiros seis meses do ano, as operadoras competitivas ficaram com uma fatia de 78,1% das adições líquidas de banda larga fixa.

A tecnologia de rádio ainda é a mais adotada no acesso, com 41%. Somente 15% dos acessos estão em fibra.

Na infraestrutura de transporte e metropolitana, as empresas competitivas têm mais de 250 mil quilômetros de redes ópticas.

A competição nas telecomunicações brasileiras tem se desenvolvido apesar de falhas na regulamentação e da escassez do crédito.

Uma política pública de conectividade passa necessariamente pelo apoio à criação e ao fortalecimento de novas operadoras.

Redes de transporte e metropolitanas das operadoras competitivas / TelComp e Teleco