Um ano em que o Brasil sofreu restrições devido a pandemia acabou sendo melhor do que o esperado para o setor de telecomunicações. O ano de 2020 foi considerado ótimo/bom por 68% dos que responderam à enquete anual do Teleco.
Após uma retração no 2T20, o setor se recuperou apresentando resultados positivos em relação ao crescimento dos acessos até outubro.
.
Alguns serviços como 4G e pós-pago apresentaram adições líquidas um pouco menores nos primeiros dez meses de 2020, mas o total de Celulares, M2M, Fibra e BL Fixa apresentaram crescimento nas adições líquidas quando comparado a igual período de 2019.
Apenas os acessos BL fixa xDSL apresentaram perdas maiores neste período. TVA, Pré-pago e mesmo 2G/3G apresentaram perdas menores. A Telefonia fixa repetiu as adições líquidas negativas do ano anterior.
Os serviços que apresentaram crescimento até outubro de 2020 foram:
- 4G (+14,7 milhões), que já representa 73% dos celulares do Brasil (inclui M2M).
- Pós-pago (+6,4 milhões), impulsionado pela migração de clientes do pré-pago para planos controle e o crescimento do M2M.
- Fibra (+5,7 milhões), que se tornou a principal tecnologia de BL fixa do Brasil com 44% dos acessos em out/20.
- M2M (+3,6 milhões), impulsionado pelo crescimento das máquinas de cartão de crédito.
- Total de celulares (+3,5 milhões), que voltou a crescer em 2020.
- A BL fixa (+3 milhões), onde as Competitivas tiveram uma grande participação.
As MVNOs apresentaram um crescimento de 66% no ano, até out/20.
Apresentaram perdas até outubro de 2020:
- A TV por assinatura (-0,7 milhão), apesar das perdas terem caído a menos da metade.
- xDSL (-2,8 milhões). A migração de acessos BL fixa em pares de cobre para fibra se acelerou em 2020.
- Pré-pago (-2,9 milhões). As perdas continuam devido a migração para planos controle do pós-pago e desligamento do segundo chip.
- Telefonia fixa (-3,1 milhões). O desligamento gradual de telefones fixos se manteve em 2020.
- 2G/3G (-11,2 milhões), o que se pergunta é qual das duas tecnologias será desligada primeiro no Brasil.
Apesar do crescimento dos acessos, a receita de serviços de telecomunicações foi afetada neste período, embora menos que a receita total de serviços Brasil, segundo o IBGE.
Como pontos positivos do ano podem ser citados também:
- O avanço da Oi em seu plano de recuperação judicial, com a venda de ativos e equacionamento da dívida com a Anatel, o que levou ao crescimento do seu valor de mercado.
- A aprovação da Lei de Fistel Zero para IoT e da lei do FUST que permite a utilização dos recursos do fundo em telecomunicações e não apenas em telefonia fixa.
Alguns processos, como a definição das condições para a migração das concessões de telefonia fixa para o regime de autorização e a licitação de frequências para 5G, acabaram ficando para 2021.
- Os avanços na preparação da licitação de frequências para 5G.
Diante deste quadro pergunta-se:
- O ano de 2020 foi bom para as telecomunicações no Brasil?
- O que esperar de 2021? A pandemia afetará positiva ou negativamente?
- O que muda no cenário competitivo em 2021?