O conselheiro da Anatel, Moisés Moreira, tem como mantra buscar o consenso entre os dirigentes da agência em torno de sua proposta de edital de licitação de frequências, a ser apresentada no próximo dia 6 de fevereiro. Uma tarefa que parece difícil, visto que existem duas visões e quatro votos já formulados. Mas ele está otimista. “Estou conversando com todos os gabinetes e avaliando a possibilidade de levar 100 MHz a mais”, afirmou ao Tele.Síntese.
Isso quer dizer que a Anatel passaria a vender 400 MHz da frequência de 3,5 GHz, e não os 300 MHz inicialmente previstos nas propostas apresentadas pelos conselheiros Vicente Aquino e Emmanoel Campelo.
No entender de Moreira, a incorporação de mais frequência para a tecnologia 5G pode resolver as atuais divergências existentes nos dois votos já apresentados.
“Os dois votos querem promover a competição, mas acredito que, com mais espectro, conseguimos acabar com o dilema de excluir uma operadora grande para incluir operadoras pequenas”, afirmou o conselheiro.
A incorporação de mais 100 MHz para serem vendidos nessa faixa poderá tornar o leilão da Anatel não apenas o maior da agência, mas o maior do mundo no que se refere à venda de espectro de uma única vez para a 5G. Essa proposta foi apresentada pelas teles no final do ano passado, e faz parte do acordo firmado com as emissoras de TV, divulgado ontem, que permitirá mitigar a interferência que esse serviço poderá provocar nos serviços de TV por parabólica (TVRO).
Pequenos
Moreira entende também que o edital deverá ter regras próprias para permitir a participação dos PPP (prestadores de pequeno porte) e busca junto aos demais conselheiros amarrar uma modelagem única para estimular essa participação, já que a de venda regionalizada dessas frequências irá definir o quão competitivo para os ISPs será esse leilão.
A Abrint, por exemplo, que considera ideal que fosse vendido espectro por município, já entende que se a regionalização poderia ser feita por área de numeração (o código de DDD).
O conselheiro salientou que a intenção de ampliar a frequência não depende da formalização do acordo entre as operadoras de telecomunicações e as emissoras de TV, que ele entende ainda estar no início, e nem depende da portaria a ser publicada pelo MCTIC, que vai estabelecer as diretrizes da nova política pública.
Para Moreira, o melhor seria que a portaria fosse publicada antes da reunião do dia 6 de fevereiro, mas a sua ausência não impedirá que apresente o seu voto. Voltou a defender que o leilão deve se dar pelo método tradicional, como o apresentado por Campelo. Embora admire a proposta de Aquino (leilão no escuro), entende ser ele de muita complexidade para ser implementado agora.
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