Economia digital: aplicações não vão funcionar sem redes

Ana Paula Lobo e Rafael Mariano | Convergência Digital

O Brasil requer muitas iniciativas nas áreas de educação, mobilidade social e segurança, mas os presidenciáveis precisam entender que sem uma boa infraestrutura de telecomunicações a maior parte das políticas públicas não vai funcionar. “Hoje ao se falar de economia digital, se fala muito da camada de aplicações, mas não há preocupação com a infraestrutura. Só que sem redes, não há aplicações”, pontua o presidente executivo da TelComp, João Moura.

Em entrevista à CDTV, do portal Convergência Digital, o executivo diz que o a coordenação das ações ligadas ao Brasil Digital é do Governo Federal, mas que, hoje, não consegue fazer cumprir as suas próprias determinações como é o caso da proibição da cobrança do direito de passagem às operadoras de telecomunicações. “Os órgãos públicos não respeitam essa determinação. O DNIT, por exemplo, segue cobrando e há várias ações judiciais em curso”, lamenta Moura.

Ainda de acordo com o presidente executivo da TelComp, é hora de Anatel mudar o seu papel. A Agência, frisa Moura, deve ser catalisadora das ações colocando o seu peso institucional para facilitar o fomento de novos investimentos. “Construir redes é muito caro, há muita rede por construir. As operadoras estão fazendo, as operadoras competitivas ainda mais por levarem a banda larga ao interior, mas há de se ter um respaldo das políticas públicas”, reforça.

A evolução das redes é o tema do XI Seminário TelComp 2018, a ser realizado no dia 13 de novembro, em São Paulo, com a participação de autoridades, operadoras e especialistas do setor. João Moura é taxativo: a maioria das redes existentes está ultrapassada. “Sem atualização da infraestrutura, o 5G não vai acontecer como se espera”. Assistam a entrevista.