Entrevista | Angola Cables se torna TelCables Brasil e foca na atuação dedicada ao país

Há cinco anos, a Angola Cables chegava ao país e, por meio de dois cabos submarinos, entregou conexões aos brasileiros. Durante esse período, a companhia conheceu o mercado, construiu relações com importantes atores do setor e customizou suas soluções para atendê-los.

Após investir no rebranding da marca, a Angola Cables passa a se chamar TelCables Brasil e planeja expandir seus negócios para outras regiões do país, com parceria de redes locais e atendimento customizado, aliados a uma gestão 100% brasileira.

Para falar sobre o assunto, a TelComp entrevistou Cláudio Florindo, diretor geral da empresa no Brasil, que contou sobre a mudança de marca e os planos estratégicos para a região.

 

Como foi o processo de reposicionamento da marca de Angola Cables para TelCables Brasil?

A Angola Cables iniciou suas atividades há 13 anos em Angola, prestando serviços nacionais e internacionais, incluindo ao Brasil. Os primeiros serviços foram com o cabo submarino WACS. Mais recentemente, chegamos à conclusão que, por razões estratégicas, o Brasil era um mercado de interesse para a empresa.

Sentimos a necessidade de ter uma maior presença no Brasil e poder trazer tecnologia que vínhamos desenvolvendo em outras localidades. Deste modo, poderíamos participar do ecossistema das telecomunicações e de internet no Brasil. Esta estratégia passou pela construção de cabos submarinos próprios – o SACS e o Monet -, além de nosso primeiro datacenter que começou a funcionar em 2019.

 O que estávamos fazendo? Estávamos criando infraestrutura de ligação ao Brasil, que continuou a ser desenvolvida para que nossos produtos e serviços de conectividade e de IP pudessem ser oferecidos ao mercado brasileiro.

 Assim, temos equipes técnicas, de vendas e de pós-venda, de compras, jurídica, ou seja, toda uma estrutura brasileira que tem dado suporte e acompanha a empresa na entrega de seus produtos e serviços. 

 

Nesse contexto, por que a TelCables Brasil foi criada?

Construímos uma base de clientes robusta, a qual conseguimos conquistar a confiança e, assim, temos atraído, cada vez mais, o ecossistema de internet para nossa infraestrutura. Temos uma participação super contributiva para o ecossistema digital nos estados do Ceará e de São Paulo. Portanto, fizemos muito em uma estrutura de uso que não tinha o centro de liderança no Brasil.

Por outro lado, a equipe participou do desenvolvimento de etapas importantes no país, mas não com exclusividade. A equipe de pós-venda, por exemplo, atendia não apenas os clientes brasileiros, mas, também, de Angola, da Nigéria e da África do Sul. 

A partir desse cenário, dos resultados obtidos pela empresa e do nível de maturidade que conseguimos alcançar, decidimos focar a 100% mais no mercado brasileiro – esta mudança é um dos pilares de nossa estratégia.

A TelCables Brasil vai respirar o país: vamos trabalhar com exclusividade para o mercado brasileiro, com foco no mercado brasileiro, e nas funções e produtos para o mercado brasileiro, com muito mais proximidade.

Esse é o principal diferencial entre a Angola Cables e a TelCables Brasil: ser dedicada ao mercado nacional, estando muito mais preparada para entregar soluções, produtos e serviços de uma forma mais próxima e com as melhores perspectivas para os clientes brasileiros.

 

Essa mudança também deve gerar maior oferta de serviços?

Nesta nova dinâmica, faz parte de nossa estratégia expandir nossa presença, nossa capilaridade do ponto de vista de rede, de produtos e ofertas. Já conseguimos consolidar algumas regiões – como é o caso de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará – e vamos expandir para outras regiões do Brasil. Além disso, uma aposta cada vez mais reforçada no segmento Digital / ICT, como Cloud Solutions, CyberSecurity e Professional Services

Pretendemos abrir novos polos com presença efetiva na região do Distrito Federal, em Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, bem como Amazônia e Maranhão.  Serão seis polos de expansão no mercado brasileiro.

 

Qual a relevância, do ponto de vista estratégico do Brasil para as operações da TelCables e para o marcado latino?

O Brasil é estratégico por conta de tudo que está acontecendo do ponto de vista tecnológico. Veja, como exemplo, o Ceará, onde a tecnologia e toda a nossa contribuição estão desenvolvendo a região.

O Brasil já tem tráfego bem desenvolvido com os Estados Unidos. Queremos fortalecer a ligação entre o Brasil e os demais países da América Latina, um mercado em crescimento o que torna a região atrativa. Assim, ao investirmos no Brasil, também estamos olhando para uma expansão na região a médio prazo. O Brasil nos traz tudo isso em termos de oportunidades de negócios, enriquecendo o mercado com nossas soluções e serviços.

Naturalmente, estamos atentos ao movimento dos principais players. Sabemos que uma das principais aceleradoras da economia digital são as OTTs. Por isso, estamos atentos à construção de datacenters, e investindo na ampliação do AngoNAP Fortaleza, contribuindo para essa movimentação.

O que é relevante para nós, com essa mudança, é que o mercado perceba que a TelCables Brasil é uma versão focalizada e ampliada do que era a Angola Cables. Ao longo desse tempo de atuação, percebemos que conseguimos atuar no mercado nacional, crescemos de forma acentuada, e conquistamos a confiança de clientes importantes do ecossistema de internet no Brasil, assim como do mercado corporativo.

Conseguimos muito até agora e queremos mais com a TelCables Brasil, maximizando a qualidade de nossos serviços, querendo cada vez mais a confiança e a proximidade com os clientes. Para isso, teremos equipes totalmente dedicadas ao Brasil, reforçaremos nossas equipes nas áreas fundamentais, como a de suporte ao cliente, área comercial e as de pré e pós-vendas. Nossas equipes vão respirar e atuar para o Brasil, exponenciando a nossa capacidade de oferta de soluções e serviços. No geral, a TelCables Brasil é uma versão focalizada 100% Brasil, ampliada e diversificada na oferta de produtos e serviços, e verticalizada nos segmentos de Mercado, da Angola Cables Brasil.