Como surgiu a Novvacore?
Sou formado em engenharia eletrônica com ênfase em telecomunicações.
Quando a empresa surgiu, em 2008, se chamava JR Fiber. A nossa história,
provendo conectividade, começou no mercado financeiro.
Naquela época, não tínhamos o volume de investimento para construir uma
rede de fibra, então fiz um projeto específico com rede de rádio microondas
digital para atender ao mercado financeiro.
Meu desafio, na época, era ter uma arquitetura de rede que garantisse
alta disponibilidade e que pudesse entregar latência de comunicação menor do
que as redes da época, de fibra optica.
Montamos um projeto de rede metropolitana em São Paulo, com várias ERBs
na região da Paulista, Centro, Itaim – regiões estratégicas onde estavam as
corretoras de valores – e fizemos o processo de homologação na Bolsa de Valores
para fornecedores prover a conectividade entre uma instituição financeira e à
Bolsa. E o projeto foi um sucesso!! Conseguimos atingir mais de 35% de
participação de Market share provendo a conectividade entre a corretora de
valores e a Bovespa e BM&F, utilizando nossa rede de rádio de baixíssima
latência e até hoje mantemos essa tecnologia operacional.
A marca da Novvacore se baseia em prover serviços com alta qualidade,
que o cliente tenha a percepção de um valor agregado, que aquilo realmente faz
a diferença em sua operação. Há cinco anos, investimos em uma rede 100%
subterrânea de fibra óptica, interligando a maioria dos datacenters de São
Paulo e clientes estratégicos.
Quais são hoje os principais serviços e soluções que a Novvacore
desenvolve?
Nosso carro-chefe, não tem como negar, é a parte de telecomunicações,
que continua sendo a principal receita da empresa, onde provemos serviço de
transporte, trânsito IP e locação de fibra para os segmentos de mercado:
Whosale, ISPs e Corporativo
Contudo, uma receita que vem crescendo numa taxa maior que a de telecom
é a de serviços de nuvem e de cibersegurança, muito utilizados pelas empresas.
É a bola da vez. A cloud está proporcionando um mundo diferenciado para as
empresas, onde se consegue automatizar diversas atividades e processos dentro
da operação, além do poder computacional altamente escalável.
Hoje, com a Cloud, um empresário consegue implantar novos projetos de
maneira muito mais rápida, sem gastar milhões em equipamentos e softwares.
Nosso modelo de negócio garante previsibilidade de custos e escalabilidade
operacional para o cliente com valores bem competitivos em relação as grandes
Clouds do mercado. O cliente usa o poder computacional das nuvens como precisa
e pelo tempo que precisa. Esse novo modelo de negócio técnico-comercial veio
para ficar.
Quais as principais novidades da Novvacore para 2023?
Sempre buscamos colocar inovação na nossa operação, dentro dos nossos
negócios. A Novvacore continua atendendo a serviços de dados, mas diversificou
o portfólio de serviços e produtos para TI. Hoje prestamos serviços de Cloud,
soluções de cibersegurança e de locação de hardware, como o HaaS (hardware as a
service).
Temos um datacenter com especificação técnica Tier III, que fica no
bairro de Moema, em São Paulo, com uma área de aproximadamente 500 metros
quadrados para até 255 racks. Atendemos com serviços principalmente de
Colocation.
Virão novidades no que diz respeito a soluções e aplicações de IoT, que
é o novo momento, acompanhando o 5G e abrindo a porteira para diversas
aplicações inteligentes. A Novvacore vai estar nesse mercado com soluções de
última geração, provendo serviços e inovação ao mercado de Tecnologia como um
todo.
Como as empresas atuam hoje em relação à conectividade e quais os
próximos passos que esse setor irá enfrentar?
Esse é um movimento que já vem acontecendo há alguns anos, não é de
agora. Existem operadoras que agregam soluções de serviços de TI dentro do
portfólio de uma empresa de telecomunicações há anos.
A Novvacore, com serviços de TI, está no mercado há quatro anos. É uma
tendência. Com certeza em 2023 isso vai aparecer com mais relevância.
A vinda do 5G vai viabilizar diversas tecnologias e aplicações
inteligentes que demandam uma baixa latência de comunicação, pois são
aplicações em tempo real ou que precisam tomar uma decisão em milissegundos.
Essas novas aplicações, na minha opinião, são a grande revolução industrial do
mercado de telecomunicações. Eu acredito muito nisso e a Novvacore vai se
encaixar e navegar nessa nova revolução industrial que vem por aí.
Como você enxerga os principais desafios de mercado de telecomunicações
e tecnologia no Brasil?
Um dos principais desafios é viabilizar tecnicamente o 5G. Tanto o
Brasil quanto o restante do mundo têm o desafio de implementar a tecnologia nas
grandes metrópoles. Não sou especialista em 5G para falar, mas sabe-se que a
tecnologia tem que ter um ponto de acesso, uma antena próxima do usuário final.
Vai existir uma necessidade de instalar centenas, milhares de antenas por
microrregiões para viabilizar o 5G e entregar aquela latência baixa que a
tecnologia promete.
Hoje existe um movimento de levar o processamento de dados e os
conteúdos para próximo do usuário final, ou até debaixo das ERBs de celular.
Servidores de diversas aplicações como, por exemplo, Google, Amazon, Netflix,
ou servidores de aplicações inteligentes estão sendo instalados em micro
datacenters muito próximos das ERBs para que a experiencia do usuário final
seja diferenciada. Esse movimento já está acontecendo, de trazer processamento
dos dados, de trazer esses conteúdos para próximo do usuário para melhorar a
experiência. O 5G vai ser a estrada que vai proporcionar isso para o mercado.
Quais os principais planos da Novvacore para 2023?
As estratégias de investimento estão alinhadas à estratégia macro da
empresa, que é prestar serviços de alta qualidade. Vamos continuar construindo
redes subterrâneas e, na parte tecnológica e de inovação, serão destinados
investimentos para um projeto de retrofit do nosso datacenter, para poder
ampliar a infraestrutura atual. Outros projetos estão ligados a
desenvolvimento, que irão complementar nosso portfólio de serviços de
tecnologia. Vem bastante coisa para os próximos dois a três anos na empresa.