Entrevista | Ultranet investe em tecnologia para garantir qualidade a clientes

A Ultranet Telecomunicações é uma empresa nacional com atuação também nos Estados Unidos, Europa e América Latina. 

Sua consolidação no mercado de telecom vem sendo construída com foco no cliente, e em serviços inovadores para atender com flexibilidade e segurança. 

Quem compartilha a história de sucesso da Ultranet Telecom com nossas associadas é a CEO, Lilian Chaves; a diretora administrativa, Giselle Galli; e o consultor, Charles Oliveira. 

Quais são hoje os principais serviços e soluções que a Ultranet desenvolve para o consumidor residencial e corporativo?  

Lilian Chaves – Oferecemos serviços corporativos no Brasil inteiro e internet residencial em São Paulo e Fortaleza. Temos um data center próprio em São Paulo, que foi construído especificamente para esta função, com equipamentos e gerador de alto nível. Temos mais de 1000 KM de rede em São Paulo, atendemos as grandes áreas metropolitanas e estamos interconectados com todos os grandes data centers da cidade. Também temos rede própria em Fortaleza e presença na praia do Futuro, onde entram os cabos submarinos.  Em âmbito nacional, trabalhamos com uma estrutura de terceiros, usando provedores que conhecemos e confiamos no trabalho e atendimento. Muitos dos nossos clientes são internacionais ou nacionais de grande porte. Conseguimos atender o Brasil inteiro por meio dessas parcerias, que estendem nossa rede com confiabilidade. E nosso cliente tem a certeza de que está recebendo um alto nível de serviço. Também oferecemos telefonia, PABX e outros serviços que acabam sendo incorporados ao segmento. Nosso portfólio de produtos é completo, oferecemos um amplo leque de produtos de telecomunicações. 

Como se deu a expansão da empresa para os Estados Unidos? 

Lilian Chaves – Desde o início, sempre tivemos escritório em Miami. Fomos uma das primeiras empresas do setor a ter escritório fora do Brasil, o que facilita muito o contato com clientes internacionais. Nosso cliente consegue efetuar pagamentos fora do Brasil, com informações cadastrais do local, o que permite um atendimento diferenciado aos nossos clientes de fora do país. Temos clientes em data center e serviços corporativos no Brasil e nos Estados Unidos, além de clientes na Europa e na América Latina. 

Charles Oliveira – O diferencial é que a gente consegue fazer essa ponte entre os mercados norte-americano e europeu com o mercado latino-americano. Este ano vamos trazer grandes players para dentro da nossa estrutura. 

Como vocês enxergam o mercado de tecnologia para empresas brasileiras nos Estados Unidos e na Europa? 

Lilian Chaves – Sempre há espaço para crescer mais. A América Latina está crescendo, não apenas o Brasil. Como atendemos todos os países da América Latina, temos essa oportunidade de crescer. Acho que o Brasil é bem-conceituado no mundo e há sempre essa visão de expansão no Brasil. É um mercado mundialmente bom. Contamos com essas oportunidades de ter esse mercado no Brasil e, também, de ser uma empresa estabelecida nos Estados Unidos. Temos essa vantagem que muitas outras empresas não têm. Cresci nos Estados Unidos, moro aqui minha vida inteira. Fiz meus estudos, meu mestrado aqui. Não estamos entrando no mercado americano, nós estamos firmes no mercado americano. É como se fosse uma extensão. Não estamos aprendendo a como fazer as coisas. Isso nos torna diferentes de outras empresas. Temos essa vantagem de conhecer bem as leis, conhecer o mercado, ter parceiros aqui, esse tipo de coisa que é difícil adquirir no começo. Como estamos aqui desde o início, temos essa vantagem no mercado norte-americano. Tendo essa presença aqui fora e tendo uma presença grande e forte no Brasil, conseguimos vincular e criar essa ponte, trabalhando junto nos dois mercados, trazendo clientes internacionais para dentro do Brasil por meio desse relacionamento. 

Ter mulheres em cargos de liderança, como CEO e diretora, traz benefícios para a gestão da empresa? Pode ser um diferencial da Ultranet?

Lilian Chaves – Quando vamos em feiras, sempre somos uma das únicas mulheres, normalmente em cargos de liderança. 

Giselle Galli – É um segmento ainda muito masculino. A nossa presença é importante para ter um empoderamento feminino nesse segmento importante que é a telecomunicação. 

Lilian Chaves – A empresa era do meu pai, que faleceu em 2016, e eu a assumi. A Giselle já trabalhava com a gente e obteve mais liderança após a nossa perda. Nunca vou esquecer em uma feira em Chicago, um cliente russo pediu para falar com o CEO da empresa e quando eu cheguei, ele começou literalmente a rir porque ele nunca tinha visto uma CEO mulher. São essas dificuldades que se têm no segmento. 

Giselli Galli – Mesmo com os brasileiros, falando com a pessoa, ele não olha nos seus olhos. Ele olha para o masculino. Tem que ter o embate sempre para saber que você tem o conhecimento, a liderança. 

Lilian Chaves – Talvez por isso a gente tenha o cuidado redobrado. A gente tem essa garra de querer fazer o negócio crescer, de ver as coisas irem para a frente. Temos esse cuidado de fazer a coisa certa, de tomar as decisões certas. É uma batalha que a gente tem não só com os colaboradores dentro da empresa, de fazer a empresa sempre crescer, de estar sempre em dia, mas também com os clientes, sempre oferecendo um negócio melhor para eles. E para nós, ao dizer: conseguimos. Não é um mercado nosso, mas conseguimos ir para frente.” É um motivo de orgulho nosso também enxergar as dificuldades e perceber que passamos por cima. 

Vocês oferecem muitos serviços corporativos, também na área de telefonia. Como essa parte se mantém ativa em um ambiente cada vez mais digital? Por que  o telefone ainda é importante?

Lilian Chaves – É tudo um pacote fechado. Como uma empresa, temos que ter uma presença digital, uma presença de dados. Mas ainda é preciso ter uma presença de telefonia, para atender ao cliente. Entregamos um serviço de PABX bem econômico para o cliente, com um pacote de dados com ramais, um ponto profissional de atendimento, junto com um pacote de telefonia ilimitado, ou seja, tentamos dar uma solução completa para o cliente tanto de dados quanto de voz para atender às necessidades que ele tem. 

Charles Oliveira – Tem alguns mercados que ainda não foram para o digital, que ainda cabe no analógico. Pode-se pegar a área de call center, que ainda utiliza muito a parte de telefonia fixa, serviços públicos, hospitais e, ainda, serviço de delivery, que utiliza muito a plataforma de telefonia fixa. Com isso, temos bastante clientes que usam esse produto. Alguns utilizam para a área de monitoramento, e conseguimos comercializar também. É um mercado ainda que, por mais que esteja menos aquecido, não está estagnado e a tendência é se manter neutro, sem fomento de vendas, acelerando as vendas ou algo nesse sentido. É um mercado que vai permanecer presente por um bom tempo. 

O que a Ultranet considera importante para manter o cliente fiel diante de uma concorrência acirrada?

Lilian Chaves – Essa é uma conversa que a gente tem diariamente na empresa. Internet de qualidade, claro que a gente precisa ter, isso é um ponto que não tem discussão. Internet e preço são pontos que a gente sempre vai competir. Temos que nos destacar no serviço. O atendimento ao cliente, o tempo de solução, como vamos acolher o cliente e como vamos dar a solução que ele precisa em um tempo considerado bom, para que ele sinta que vamos resolver a demanda. O atendimento é sempre destacado dentro das equipes de suporte e comercial, como diferencial. A gente tem um call center 24×7 e 365 dias, qualquer problema estaremos ali por e-mail, chat e telefone. Temos sempre essa ponte com o cliente. 

Giselli Galli – Não é algo automatizado, é mais personalizado. Conseguimos atuar de uma maneira rápida e com uma solução breve. 

Lilian Chaves – Outra coisa que oferecemos é flexibilidade. Às vezes, o cliente precisa de algo que foge do nosso padrão, mas se podemos atender, nós buscamos sempre tentar oferecer da melhor maneira possível. 

Como enxergam os principais desafios na próxima década para os mercados do Brasil e de outros países?

Lilian Chaves – A concorrência sempre vai existir, cada vez mais e com mais players entrantes no mercado. O preço acaba caindo toda vez que a concorrência aumenta. Os custos, infelizmente, não caem tanto. A mão de obra é sempre mais cara para buscar profissionais certos. Ter o equilíbrio entre um bom serviço e manter a margem de lucro é o segredo. Oferecer um bom serviço e conseguir mantê-lo, esse é o maior problema que a gente enxerga hoje. Estamos vendo os custos subirem, os lucros caírem e tentando o equilíbrio para chegar no meio termo, para que fique bom para todos. 

Charles Oliveira – Outro grande problema que a gente tem é em relação às pessoas. É a parte mais interna. A infraestrutura, que era um problema que a gente podia ter, mas com o 5G, a tendência é melhorar muito a parte de infraestrutura. Vamos trabalhar muito com dispositivos móveis e com IoT, além de outras ferramentas mais relacionadas com conectividade. Isso vai facilitar muito o dia a dia. 

A Ultranet desenvolve um trabalho no bairro de Heliópolis, em São Paulo. O que essa ação traz de benefícios para o dia a dia da empresa?

Lilian Chaves – A gente oferece internet em Heliópolis. Começamos a trabalhar lá quando não havia internet na comunidade. O objetivo era entrar e oferecer internet para quem não tinha conectividade. Temos que seguir regras da Anatel. Mesmo com outros concorrentes, oferecemos os mesmos serviços dos clientes grandes, como suporte 24×7. Esse tipo de coisa que não é comum em Heliópolis, a gente faz assim como qualquer outro cliente, oferecemos suporte e atendimento igual. Trabalhamos muito com as associações dentro da comunidade, fizemos ações como: patrocínio de times de futebol, Taça das Favelas, patrocinamos festa junina. Interrompemos um pouco devido a pandemia, mas nosso foco sempre foi o desenvolvimento de projetos sociais. Sempre trabalhamos perto da comunidade, com as associações. 

Giselli Galli – Nós fomos pioneiros ao entrar com internet em Heliópolis. O Charles trouxe esse projeto na época e apostamos nele. Fizemos a estrutura pouco a pouco. Sempre fomos muito bem recebidos. 

Lilian: Nós agregamos para ele e eles agregaram para nós. É uma coisa que temos orgulho em fazer: projetos com o de Heliópolis. No que podemos ajudar, trabalhamos com Cufa, Unas para levar esses benefícios para a comunidade. A gente sempre tenta trabalhar com essa visão de que não é só cliente e o cifrão no fim do mês. Temos uma obrigação com a sociedade. O que a gente pode fazer para ajudar, dentro do nosso alcance, tentamos fazer. É uma visão que não fica apenas no negócio, tentamos ver o lado do outro, o total, buscando o social. 

Charles Oliveira – Também tivemos o Favela 1, que foi um projeto de wi-fi que fizemos para disponibilizar wi-fi para a comunidade, em alguns pontos específicos, próximo da Unas e da Cufa, que é um parceiro nosso em Heliópolis, disponibilizando internet para pessoas de baixa renda por um determinado período do dia.  

Como está a atuação do datacenter da Ultranet?

Charles Oliveira – Possuímos um datacenter próprio, neutro, de classificação TIER 2, na região da Aclimação, em São Paulo. Conseguimos atender as regiões Leste e Norte, além do Arujá, Mogi das Cruzes, além de outros locais. Temos capacidade para mais de 300 racks, preparados para receber as empresas e todas as operadoras conectadas. Isso permite haver o ambiente para investimentos. 

Lilian Chaves – Temos a Cogent dentro do datacenter, um dos únicos pontos deles no Brasil. Hoje, eles estão em mais alguns data centers em São Paulo, mas fomos o segundo ponto que eles abordaram na cidade. Estão com abordagem direta no nosso datacenter, e temos várias outras operadoras lá dentro, também. O cliente que entra tem acesso à banda Ultranet, mas também a outras empresas, por ser um datacenter neutro. Em 2020, ganhamos a nomeação do 8º melhor data center na América Latina pela CloudScene, um destaque que nos traz orgulho e que demonstra o trabalho e dedicação que temos ao ambiente de data center e aos nossos clientes.

Quais os principais planos de expansão para 2023?

Lilian Chaves – Devemos ter investimentos na equipe técnica e em equipamentos de CORE, nessa estrutura principal.