Stir Shaken na reta final

No último dia 27 de março foi lançado o Serviço de Autenticação e Identificação de Chamadas (Stir Shaken). Somente receberão as chamadas autenticadas e identificadas os celulares conectados às redes 4G e 5G e aptos à nova tecnologia.

Quem recebe a chamada não pagará nada pela autenticação e identificação.  A solução será contratada por empresas que têm interesse em se identificar com maior assertividade com seus clientes. Há a expectativa de que nos próximos dias seja possível iniciar testes com terminais de clientes.

A data de início e a abrangência serão disponibilizadas em breve. Há ainda avaliação quanto a aptidão dos modelos de terminais, o que será avaliado também nos testes com terminais de clientes.

Enquanto não se pode iniciar os testes com os terminais, podem ser feitos testes de integrações entre usuários interessados e operadora, bem como aspectos contratuais e comerciais.

A TelComp acompanha o processo desde 2021, quando surgiu a questão com ligações indesejadas ou fraudulentas, atuando também no grupo de implementação da Anatel, prestadoras e ABR Telecom.


Como funciona a tecnologia?

O acrônimo Stir Shaken identifica as tecnologias Secure Telephony Identity Revisited e Signature-based Handling of Asserted information using tokens, que possibilitam a autenticação dos dados de cabeçalho de inicialização de uma comunicação.

Já o RCD (Rich Call Data) possibilita a melhoria nas condições do identificador de chamadas agregando novos dados e informações. Para viabilizar a sua implementação em redes legadas, como no caso do Brasil, a tecnologia denominada Out-of-Band Stir Shaken também é utilizada e disponibiliza um repositório CPS (Call Placement Service) para o armazenamento e recuperação das informações de autenticação.

O RCD permite que o usuário originador preste informações, customizadas por si, sobre a sua denominação; imagem de ícone ou logomarca; canais de comunicação (telefone, website); localização geodésica de origem; e notas explicativas (motivo da chamada).

O Stir Shaken acrescenta ao RCD (Rich Call Data) outras informações das prestadoras de origem, referentes à sua relação com o usuário responsável pelo tráfego, classificando-a em três níveis, conforme tenha conhecimento pleno sobre o usuário ou até o total desconhecimento.

Este conjunto de informações é reunido em um token e criptografado com uma chave privada e depositado no CPS para recuperação pelo destino. A prestadora de destino, com a utilização da chave pública de sua relação com a origem, consegue descriptografar os dados e informações do token. As informações de rede são utilizadas para o controle do tráfego e as informações do RCD são fornecidas para o terminal de destino, para apresentação na tela de chamada.

O Stir Shaken é utilizado no mercado norte-americano por força de legislação e da regulação setorial no mercado canadense, sendo obrigatória sua utilização pelas prestadoras de serviços. O objetivo é criar mecanismos de aprimoramento para o rastreamento e realizar controle do tráfego telefônico com a finalidade de mitigar a ação de robôs de chamada.

O principal objetivo do serviço é fornecer informações precisas e seguras sobre o responsável pela origem do tráfego para o destinatário. Isso possibilita que este destinatário tenha melhores condições para avaliar sua decisão de atender ou não a chamada.

O serviço de Autenticação e Identificação permitirá o enfrentamento de dois problemas importantes que ocorrem nos serviços de telefonia atualmente: a fraude relacionada à spoofing (técnica onde o fraudador se passa por outro com o objetivo de obter vantagem indevida) e a abusividade nos serviços de telemarketing.